A melhor forma de manter as suas finanças pessoais equilibradas é saber onde gasta o seu dinheiro. Fazer um orçamento é, por essa razão, essencial.

Trata-se de uma ferramenta muito importante na gestão das finanças pessoais. Só sabendo quais são todas as suas receitas e despesas será possível definir um valor de poupança e objetivos que pretende alcançar. O planeamento é assim essencial para garantir que as despesas não ultrapassam as receitas e as contas familiares permanecer equilibradas. Veja quais os 10 passos para a elaboração de um orçamento.

1) Detalhe as receitas e despesas mensais – Este é o primeiro passo para elaborar um orçamento. Assim, ao final do mês irá conseguir ter uma fotografia da sua situação financeira. É importante que não se esqueça de apontar nada. Desde a prestação da casa, aos seguros, a um simples café ou garrafa de água. Inicialmente pode parecer trabalhoso mas, de facto, esta é a única forma de ter um retrato fiel das suas finanças. Idealmente, o orçamento deve ser feito numa base mensal mas tem de apontar as despesas diariamente para não lhe escapar nada. Por isso, guarde sempre os talões. Se não for possível ter um talão, aponte no telemóvel ou num bloco.

2) Organize as categorias – À medida que for apontando as diferentes despesas deve procurar por organizar tudo em categorias. Assim será mais fácil, no fim do mês, avaliar que percentagem determinada categoria representa no seu orçamento e definir limites. Cada família tem as suas próprias categorias. Em todo o caso deixo-lhe algumas sugestões de grandes categorias que poderá definir para o seu orçamento: casa, alimentação, créditos, transportes, educação, saúde, lazer, outras.

3) Despesas fixas – As despesas fixas são aquelas inevitáveis que tem de pagar todos os meses e, algumas, dentro de determinados prazos como a prestação da casa, os seguros ou mesmo a conta da internet. Depois existem ainda aquelas despesas que, embora fixas, o montante é variável, como a conta da água, do gás, eletricidade ou mesmo a alimentação. Para estas situações deve guiar-se pelos valores médios mensais para saber mais ou menos que valor contar para esta categoria no mês seguinte.

4) Despesas variáveis – Um orçamento não é feito apenas das despesas fixas. Existem sempre custos variáveis como, por exemplo, jantares fora, vestuário ou despesas de saúde. Aqui a atenção deve ser redobrada e serem feitos ajustes sempre que necessário.

5) Transforme os custos anuais em mensais – Este é um ponto que muitas famílias se esquecem e que, por vezes, pode representar uma surpresa quando chega o período de pagar aquela despesa anual. Exemplo disso são os seguros. Por isso, se tiver um seguro automóvel, por exemplo, de 120 euros anuais, reserve 10 euros por mês no seu orçamento. Assim, quando chegar o mês de pagamento não será uma despesa extra ou imprevista, uma vez que já preveniu esse encargo

6) Avalie o peso dos créditos – No seu orçamento deve procurar agregar numa só categoria todos os empréstimos. As boas práticas financeiras recomendam que o peso total dos créditos não ultrapasse 40% do total dos rendimentos. Por isso, para quem recebe, por exemplo, 1000 euros, o total das prestações dos créditos não deve ultrapassar os 400 euros. Esta é um princípio seguido também pelos bancos quando procuram avaliar a taxa de esforço dos clientes que, na prática, não é mais do que avaliar se uma pessoa tem capacidade financeira para contrair mais empréstimos. Se ultrapassou esta percentagem talvez seja boa ideia consultar o seu banco e procurar uma forma de reduzir o seu endividamento e aliviar as prestações. É que perante um imprevisto poderá ficar numa situação financeiramente complicada.

7) Poupança – Idealmente deverá reservar uma categoria para a poupança, tal como se fosse uma despesa. Claro que o ideal é que consiga poupar o máximo possível. Os especialistas financeiros recomendam que, pelo menos, reserve 10% do seu rendimento para a poupança. Se, numa fase inicial, ainda não conseguir poupar essa percentagem não se deve preocupar. Mesmo que seja pouco o importante é começar. Depois, naturalmente, com os ajustes que vai fazendo ao longo do ano no orçamento, poderá conseguir aumentar a sua poupança.

8) Ferramentas de gestão – Existem várias formas de apontar todas as receitas e despesas. Há quem utilize um bloco de notas, folhas de cálculo no computador ou programas informáticos. Atualmente existem já algumas ferramentas online e aplicações de telemóvel que lhe permitem fazer um orçamento de forma bastante simples. Por exemplo, o Boonzi é uma das ferramentas que poderá utilizar para essa gestão.

9) Ajuste o orçamento – Nenhum orçamento é inflexível. Se sente que há categorias que necessitam de uma redução deve ajustá-las. Se deixou de utilizar o carro e passou a andar mais de transportes reveja o montante que tinha reservado para este segmento. O importante é que consiga manter as suas finanças equilibradas.

10) Defina objetivos – Por fim, deve procurar definir objetivos. Seja reduzir o peso de uma categoria ou mesmo dividir a poupança em duas metas: curto prazo e o longo prazo. Com o orçamento equilibrado será mais fácil definir o destino do seu dinheiro. Por isso, envolva toda a família e definam objetivos individuais e em conjunto.