As primeiras aparições em televisão aconteceram quando tinha 18 anos no programa “No Tempo em que Você Nasceu”, mas a sua estreia no pequeno ecrã dá-se em 1975 com a rábula Sr. Feliz e Sr. Contente, ao lado de Breyner.
Desde então, Herman José já fez de tudo: da música ao teatro, do cinema à apresentação de televisão. Um verdadeiro “artista da rádio, TV, disco e da cassete pirata”, como diria Toni Silva, a personagem que criou no início dos anos 80.
Continua a ser grande referência do humor em Portugal e tem, atualmente, um talk show na RTP 1 aos sábados à noite: Herman 2013.
Recupero novamente esta entrevista que fiz ao Herman José há uns anos, onde ele explicava como se relaciona com as suas finanças pessoais. No campo dos negócios, da experiência que tem, recomenda separar os negócios da paixão. Leia a entrevista:
Qual a sua relação com o dinheiro?
A mesma que a de um motel à beira da estrada com os seus clientes. Relações de curta permanência.
O que costuma trazer sempre na carteira?
Carta, documentos, cartões de crédito, e uma nota de 500 Euros para uma emergência.
O que comprou com o primeiro ordenado?
Juntei-o aos seguintes e comprei um Alfa Romeo 1750 GTV.
Qual o objecto que não venderia por dinheiro nenhum?
A minha casa de Lisboa.
O que faria se ganhasse o Euromilhões?
Um terço aplicava, outro terço transformava em imóveis de escritórios para rendimento espalhados pelo mundo, e o terço remanescente estoirava numa quinta no sul de França com helipista para facilitar a ligação com o aeroporto de Nice, uma embarcação Ferretti 870 com um lugar vitalício na marina de Botafoch em Ibiza, e encomendava um Thomas Prescher Triple Axis Tourbillon Regulator em platina.
Em que tipo de produtos aplica as suas poupanças?
Teria de me reunir com especialistas. São decisões demasiado complexas para arriscar.
Quando tem dúvidas sobre investimentos, a quem recorre?
Nunca reuni quantias que o justificassem.
Qual o melhor investimento que já fez?
A minha quinta de Azeitão. Custou 30.000 Euros em 1982. A zona valorizou imenso de lá para cá.
Qual o montante que o faria deixar de trabalhar?
Nenhum. A minha profissão, o meu programa de televisão, os meus espectáculos ao vivo, são o meu oxigénio. Comparativamente, o dinheiro não passa de um pormenor.
Já teve negócios em vários ramos de atividade com sucesso. Para alguém que esteja a pensar criar o seu próprio negócio, qual o conselho que daria?
Paixão e negócios não rimam. Há que ter a cabeça muito fria, e deixar de lado todas as subjectividades. Milagres, só mesmo na Bíblia.